quinta-feira, 22 de abril de 2010

Drummond sessão extra!!!!




O sucesso da apresentação de Drummond foi tamanho, que decidimos repetir a dose! No dia 1 de maio reapresentaremos Drummond em Barbacena, no Teatro do Colégio Estadual. Não perca!

Leia a crítica de Marcos A. Ramos 

Nossas tantas poéticas de/ em "Drummond " 
Em 1987, sob a direção de Regina Bertola, o Grupo Ponto de Partida estreou o espetáculo “Drummond”. Aclamado por críticos como Dinorath do Valle, Roberto Massoni e Alberto Guzik, o espetáculo, durante os 10 anos próximos, foi motivo de exaltação por onde passou – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Itabira, Barbacena, entre outros.

Mais de 20 anos depois, o espetáculo “Drummond” volta ao tablado e destila em ribalta toda potência da palavra poética. Sim, é a palavra poética, o verso drummondiano, que orienta os caminhos do espetáculo. De imediato, chama atenção a destreza do encadeamento textual – amarração dos poemas, silêncios, gestos, imagens e sons. “Drummond” não é um espetáculo pós-moderno, de fragmentos ou desconstruções. Mas é a partir do próprio fragmento poético que se criou uma malha (e não um mosaico, pois nesse identificamos limites e costuras) propulsora da experiência poética – por isso nova e ousada.

Diferentes momentos na poesia de Drummond sugerem certa paridade com a biografia de Carlos (ora infantil, ora adulta e erótica, ora fúnebre), entretanto, a feliz escolha da supressão de uma personagem Carlos e a diluição da palavra poética em “Teresa”, “Arabela”, “a empregada do fiscal de Câmara”, “Márgara”, e outros tantos rostos que apesar de não serem Carlos, são Drummond, acentuam a propriedade mais singular da criação: a universalidade da poesia.

Assim, supor que em “Drummond” a poesia ilustra meramente a vida de um poeta de Itabira é subestimar a potência do que transcende o sujeito. A poesia transcende o sujeito na linguagem que diz do absolutamente particular, por mais paradoxal que possa parecer.

O espetáculo “Drummond” não é uma abordagem técnica e menos ainda historicista da literatura. Transborda do palco uma direção para o poético, isto é, para a criação de sentidos que é infinita – cada fluidor do espetáculo, a partir da sua experiência estética, leva um poeta para casa. Ninguém leva necessariamente a biografia de Carlos. A construção do espetáculo, ao escapar a exatidão da comunicação meramente informativa, se abre, no poético, ao catártico.

Há de se destacar o sutil passo com que se caminha, no espetáculo, do trágico ao cômico e ao erótico, da leitura dialógica do poema ao monólogo assistido e ao contar de histórias. Cada encenação do texto drummondiano é, assim, a abertura de tantas possíveis leituras. Destaca-se, nesse contexto, a interpretação dialógica e cheia de humor de “No meio do caminho” e, de forma sofisticada, porque sutil, sua passagem melancólica à canção bituquiana “Itamarandiba”; em outro momento a passagem do frenesi carnavalesco tão marcado pelas marchinhas ao conflituoso “José”; e ainda o especial tratamento textual, encadeamento poético e trabalho de atuação nos momentos de grande sugestão erótica (“A mão visionária”, “O chão e a cama”, “A puta”, “Cabaré Mineiro”).

Merece destaque a atuação de tantos que, quem sabe, fosse mais fácil não colocar um dos atores em relevo. No entanto, melhor nos contradizermos, pois é necessário por em sobressalto a atuação de Carolina Damasceno – que ainda muito criança participou também da primeira montagem do espetáculo em 1987. Carolina, na recente montagem de “Drummond”, nos presenteia com um dos raros momentos de delicada leveza no teatro recente. A interpretação de “Canção amiga” (música de Milton Nascimento, poema de Drummond), em exata afinação, manejo e dosagem de vibratos, é um desses momentos de respiração, em que o poético faz transbordar sentidos e tudo mais no sujeito faz se calar por um instante.

Outros momentos musicais foram muito felizes, inclusive a trilha, sem dúvida, em relação muito estreita com os textos, com Drummond, a poesia, o trem mineiro, as montanhas e os vales: Heitor Villa Lobos, Egberto Gismonti e Milton Nascimento.

A habilidade corporal, interpretativa, habilidade de representação, os momentos mais musicais ou os momentos de maior silêncio, deixam claro que “Drummond” é resultado de um trabalho árduo, e o palco é sem dúvida a ponta de um iceberg que se constitui de muita pesquisa, leituras, ensaios, desenvolvimento de linguagens, amadurecimento de idéias e construção coletiva. É por restabelecer um vínculo com a tradição do teatro da palavra e da representação – não fragmentária ou nas vias de um retardatário vanguardismo – que o Ponto de Partida, sob a direção de Regina Bertola, se consolida a cada (re)montagem como um coletivo demasiadamente criativo.



Acontecendo...

Os Gnomos Contam a História do Gato Malhado e a Andorinha Sinhá

No dia 23 de abril o Ponto de Partida vai  se apresentar no Teatro do Colégio Loyola em Belo Horizonte. Será uma apresentação fechada, somente para alunos da escola!



Projeto de Olho no Palco




Por tantas vezes percorremos o caminho da Bituca para ver apresentações e oficinas . Dori Caymmi, Pablo Bertola, Wagner Tiso... tantos! Mas desta vez, chegando lá, fomos  tomados por uma emoção nova. Vimos os alunos da Bituca em cena . Nos emocionamos muito com tantos talentos reunidos. Foi gratificante ver  alunos tão bem preparados.  Parabéns a todos, vocês brilharam meninos!

Saiba tudo sobre este projeto e confira o resultado da primeira seleção!
Tudo no Blog da Bituca:  http://www.bitucauniversidadedemusicapopular.blogspot.com/

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ponto de Partida ganha a Medalha da Inconfidência!

O Ponto de Partida receberá nesta quarta-feira, dia 21, em Ouro Preto, uma homenagem do Governo de Minas, a Medalha de Honra da Inconfidência. Já é a segunda vez que o Ponto é homenageado.

A Medalha da Inconfidência é a mais alta comenda concedida pelo governo de Minas Gerais, atribuída a personalidades que contribuíram para o prestígio e a projeção mineira. A solenidade acontece anualmente, no dia 21 de abril (feriado de Tiradentes), em Ouro Preto.

Sucesso de "Drummond"!


A apresentação do espetáculo "Drummond" foi emocionante. Duas sessões lotadas !   O espetáculo divulgou também a Mostra de teatro do Ponto de Partida. Muito obrigada a todos  os parceiros que nos ajudaram a divulgar este evento, bares, restaurantes, lojas e escolas. Toda a cidade se encheu com a poesia de Drummond! No final nos emocionamos juntos, platéia e atores, ao relembrar os trinta anos do grupo. E é para comemorar esses trinta anos que abrimos esta Mostra com chave de ouro. E aguardem porque neste ano vai ter muito espetáculo!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Divulgação do espetáculo "Drummond"!

"stop
a vida parou
ou foi o automóvel?"

A vida, o automóvel, o pipoqueiro, o ambulante, a cidade parou para ver o Drummond passar. É que no sábado o Ponto de Partida saiu às ruas de Barbacena para divulgar o seu  novo trabalho,  o espetáculo "Drummond". Compre logo seu ingresso!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Estreia do espetáculo "Drummond" em Barbacena!

O espetáculo Drummond estreou em 1987, dois meses após a morte do poeta, nasceu como um projeto pequeno, somente para satisfazer o desejo de trabalhar com a palavra. Mas o despretensioso espetáculo conquistou a crítica e o público e fez uma brilhante carreira mundo afora. E agora com esta remontagem volta a estrada com o mesmo vigor, revivendo um grande sucesso do grupo.

Não perca!



:: Release ::

Achamos que Drummond nasceu de um desafio e de um desejo – o de encenar uma obra prima e revelá-la. Queríamos um texto “mineiríssimo” e nada regional. Queríamos uma palavra que fosse a síntese e esbarramos na palavra poética. Queríamos o cuidado, a sensibilidade e a eficiência suficientes para ilustrá-la. Dessa petulância nasceu “Drummond”!

O grupo dividiu-se em equipes para a pesquisa do texto, da música e da luz. E trabalhou! A seleção de textos custou-nos horas de discussões. O que encenar de uma obra vastíssima e fundamental? Como encenar? Por que encenar?

Decidimos que o critério de escolha seria o resultado da nossa paixão, não da nossa explicação. Artigos de Affonso Romano de Sant’Ana nos deram algumas sugestões de leituras e de Marina Colassanti também (no aspecto do amor), mas não tivemos em nenhum momento a pretensão de esgotar a obra do poeta ou fazer uma abordagem técnica.

Outra coisa importante foi que o contato do grupo com Drummond não se deu através de biografia ou informações sobre o homem, mas apenas pela poesia. E foi um encontro definitivo!

De posse do material poético demos a ele o tratamento teatral. A luz, o figurino, as marcações cênicas foram criados para cumprir uma ação. O espetáculo segue uma trajetória dialética, que vai da família, da cidade, da infância, ao amor, às questões existenciais, à idade madura, à velhice, à morte, sem que esta trajetória se estabeleça com clareza didática.

É um trabalho que lida com o texto poético, mas que tem uma linguagem teatral fluente, ágil, determinada. Ele não chega a se definir como uma peça de teatro, mas muito menos como um recital. É um espetáculo que, em todo o seu desenrolar, manipula a beleza!

O que nos tem emocionado por onde encenamos “Drummond”, é que temos um público que vai de adolescentes a brancos velhinhos, de pessoas que jamais leram um verso a professores de literatura, de gente comum a artistas, e todos têm saído do teatro embriagados pelo poeta. E esse tem sido o nosso presente – ter podido ser o veiculo para que Carlos Drummond de Andrade nos empanturre de beleza e poesia.

Drummond estreou em 1987 e fez uma carreira de enorme sucesso, com temporadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Portugal, Montevidéu e Angola. A remontagem prova que Dummond é um clássico, por isso eterno.


:: Algumas críticas ::

O espetáculo Drummond ofereceu-se como um banquete poético. Um mapa completo dos encantos mais encantados da poesia drummondiana. Teatro da palavra essencial com uma açãodramática preenhe de recursos belos e bons, dosados na medida exata. Pura poesia em puro teatro.
Dinorah do Vale-Crítica – SP

O espetáculo que tem um ritmo delicioso vai compondo as metáforas “drummondianas”, com momentos inesquecíveis.
Roberto Massoni – crítico de teatro – MG

Os mineiros foram responsáveis por momentos encantadores com Drummond, que abalou corações. Espetáculo empolgante.
Alberto Guzik – crítico de teatro – SP

Drummond é um desses raros instantes de delicadeza, harmonia e lirismo no teatro de hoje.
Nelson Freitas – crítico de arte, cronista e professor - RS