Não perca!
:: Release ::
Achamos que Drummond nasceu de um desafio e de um desejo – o de encenar uma obra prima e revelá-la. Queríamos um texto “mineiríssimo” e nada regional. Queríamos uma palavra que fosse a síntese e esbarramos na palavra poética. Queríamos o cuidado, a sensibilidade e a eficiência suficientes para ilustrá-la. Dessa petulância nasceu “Drummond”!
O grupo dividiu-se em equipes para a pesquisa do texto, da música e da luz. E trabalhou! A seleção de textos custou-nos horas de discussões. O que encenar de uma obra vastíssima e fundamental? Como encenar? Por que encenar?
Decidimos que o critério de escolha seria o resultado da nossa paixão, não da nossa explicação. Artigos de Affonso Romano de Sant’Ana nos deram algumas sugestões de leituras e de Marina Colassanti também (no aspecto do amor), mas não tivemos em nenhum momento a pretensão de esgotar a obra do poeta ou fazer uma abordagem técnica.
Outra coisa importante foi que o contato do grupo com Drummond não se deu através de biografia ou informações sobre o homem, mas apenas pela poesia. E foi um encontro definitivo!
De posse do material poético demos a ele o tratamento teatral. A luz, o figurino, as marcações cênicas foram criados para cumprir uma ação. O espetáculo segue uma trajetória dialética, que vai da família, da cidade, da infância, ao amor, às questões existenciais, à idade madura, à velhice, à morte, sem que esta trajetória se estabeleça com clareza didática.
É um trabalho que lida com o texto poético, mas que tem uma linguagem teatral fluente, ágil, determinada. Ele não chega a se definir como uma peça de teatro, mas muito menos como um recital. É um espetáculo que, em todo o seu desenrolar, manipula a beleza!
O que nos tem emocionado por onde encenamos “Drummond”, é que temos um público que vai de adolescentes a brancos velhinhos, de pessoas que jamais leram um verso a professores de literatura, de gente comum a artistas, e todos têm saído do teatro embriagados pelo poeta. E esse tem sido o nosso presente – ter podido ser o veiculo para que Carlos Drummond de Andrade nos empanturre de beleza e poesia.
Drummond estreou em 1987 e fez uma carreira de enorme sucesso, com temporadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Portugal, Montevidéu e Angola. A remontagem prova que Dummond é um clássico, por isso eterno.
:: Algumas críticas ::
O espetáculo Drummond ofereceu-se como um banquete poético. Um mapa completo dos encantos mais encantados da poesia drummondiana. Teatro da palavra essencial com uma açãodramática preenhe de recursos belos e bons, dosados na medida exata. Pura poesia em puro teatro.
Dinorah do Vale-Crítica – SP
Dinorah do Vale-Crítica – SP
O espetáculo que tem um ritmo delicioso vai compondo as metáforas “drummondianas”, com momentos inesquecíveis.
Roberto Massoni – crítico de teatro – MG
Os mineiros foram responsáveis por momentos encantadores com Drummond, que abalou corações. Espetáculo empolgante.
Alberto Guzik – crítico de teatro – SP
Drummond é um desses raros instantes de delicadeza, harmonia e lirismo no teatro de hoje.
Nelson Freitas – crítico de arte, cronista e professor - RS
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