domingo, 1 de novembro de 2009

Um Novo Olhar Sobre Itabira

Dando continuidade ao Projeto Um novo Olhar Sobre Itabira, o Grupo Ponto de Partida levou a cidade o seu mais novo trabalho, o espetáculo “O Círculo do Ouro”. Foram duas apresentações.Trocando história por história ,ingressos por livros, arrecadamos um grande número de livros que serão repassados a um Banco de livros em Itabira.

O Ponto de Partida retomou também o trabalho com os “Mineiros de Itabira”, coro composto por funcionários da Vale. Foi emocionante reencontrá-los tão animados! Estamos muito felizes com o retorno. Teve cantoria e tudo!

Foi inaugurada a Exposição de Fotos Memória Compartilhada que também faz parte do projeto Um Novo Olhar Sobre Itabira e há dois anos estava sendo preparada. Valeu a pena a espera já que a exposição ficou linda. Nem Drummond imaginaria que sua casa agora habita não só suas memórias mas de toda a cidade. A casa azul está cheia de caixas azuis e dentro das caixas: amores, amigos, lembranças e saudades. Alexandre Rousset e Tereza Bruzzi, junto com o Ponto de Partida, fizeram um trabalho primoroso com fotos cedidas por famílias de Itabira.

Entrar na casa é viajar num tempo não muito longe...onde as crianças desciam as ladeiras com suas asas de anjo!

A exposição está na Casa de Drummond, Itabira - MG, até o dia 27 de novembro.

Vejam as fotos aqui no Blog (à direita) e não deixem de visitar!

Casa
Carlos Drummond de Andrade

Há de dar para a Câmara,
De poder a poder.
No flanco, a matriz,
De poder a poder
Ter vista para a serra,
De poder a poder
Sacadas e sacadas,
Comandando a paisagem
Há der ter dez quartos
De portas sempre abertas
Ao olho e pisar do chefe
Areia fina lavada
Na sala de visitas
Alcova no fundo
Sufocando o segredo
De cartas e baús
Enferrujados
Terão pátio
Quase espanhol vazio
Pedrento
Fotografando o silêncio
Do sol sobre a laje
Da família sobre o tempo
Forno estufado
Fogão de muita fumaça
E renda de picumã nos barrotes
Galinheiro cumprido
Á sobra de muro úmido.
Quintal erguido
Em rampa suave, flores
Convertidas em hortaliça
E chão ofertado ao corpo
Que adore conviver
Com formigas, desenterrar minhocas,
Ler revista e nuvem
Quintal terminado em pasto infinito
Onde um cavalo espere
O dia seguinte
E o bambuzal receba
Telex do vento.
Há de ter muito isso
Mais o quarto de lenha
Mais o quarto de arrepios
Mais a estrebaria
Para o chefe apear e montar
Na maior comodidade
Há de ser por fora
Azul 1911
Do contrário não é a casa.

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